Olhos

Vou procurar o consolo

Da cabana abandonada

Na escuridão da noite

Velada

Perdido em sua névoa

E imensidão

Vou me guardar dos olhos

De inquirição

Ah, Deus me proteja!

Pois, sob a luz do sol

Não há lugar sequer

Que eu não os veja

Sempre a me prescrutar,

Com algum disfarce...

Sempre a me perseguir

Com subterfúgios

(Haverá refúgios?)

Sempre a me vigiar,

Com falsidades...

(Sua fogueira de vaidades)

Já não há disfarces.

Paradoxos... paranóias...

Sinto-me... Sei-me...

Muito doente

Mas são, o suficiente,

Para saber que tais

Malditos olhos

Tem algo de consistente...

(Quem dera fossem, apenas,

Crias de minha mente...)

Sergio Vinicius Ricciardi
Enviado por Sergio Vinicius Ricciardi em 16/12/2021
Reeditado em 16/12/2021
Código do texto: T7408774
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