Olhos
Vou procurar o consolo
Da cabana abandonada
Na escuridão da noite
Velada
Perdido em sua névoa
E imensidão
Vou me guardar dos olhos
De inquirição
Ah, Deus me proteja!
Pois, sob a luz do sol
Não há lugar sequer
Que eu não os veja
Sempre a me prescrutar,
Com algum disfarce...
Sempre a me perseguir
Com subterfúgios
(Haverá refúgios?)
Sempre a me vigiar,
Com falsidades...
(Sua fogueira de vaidades)
Já não há disfarces.
Paradoxos... paranóias...
Sinto-me... Sei-me...
Muito doente
Mas são, o suficiente,
Para saber que tais
Malditos olhos
Tem algo de consistente...
(Quem dera fossem, apenas,
Crias de minha mente...)