A Linha
Qual o limite
Entre o normal
E a insanidade?
Quanto me falta
Para cruzar a linha?
Eu, que há tempos a tenho
Limítrofe...
Fronteira do meu território
Não sei onde piso,
Em quais terras...
Se as invadir
Certo,
Deve haver guerra.
Onde serei o Estado
Ou o rebelde?
Passei minha vida às portas
Desse reino obscuro
Hoje, com a vista cansada,
Quase acostumada
Ao escuro,
Será quiça natural o dia,
Quando chegar o eclipse
Da consciência
Em que me veja nobre
Como um rei
Na indigência...
Débil sanidade... Sutil demência...
Agora eu percebo
Que cá estou
Do "lado de lá" da linha
Há tanto,
Que nem percebi a Loucura
Desvairada dama,
Que, por seus caminhos,
Me guiou
Envolto em seu manto...