A Linha

Qual o limite

Entre o normal

E a insanidade?

Quanto me falta

Para cruzar a linha?

Eu, que há tempos a tenho

Limítrofe...

Fronteira do meu território

Não sei onde piso,

Em quais terras...

Se as invadir

Certo,

Deve haver guerra.

Onde serei o Estado

Ou o rebelde?

Passei minha vida às portas

Desse reino obscuro

Hoje, com a vista cansada,

Quase acostumada

Ao escuro,

Será quiça natural o dia,

Quando chegar o eclipse

Da consciência

Em que me veja nobre

Como um rei

Na indigência...

Débil sanidade... Sutil demência...

Agora eu percebo

Que cá estou

Do "lado de lá" da linha

Há tanto,

Que nem percebi a Loucura

Desvairada dama,

Que, por seus caminhos,

Me guiou

Envolto em seu manto...

Sergio Vinicius Ricciardi
Enviado por Sergio Vinicius Ricciardi em 16/12/2021
Código do texto: T7408768
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