Noite cheia, lua vazia.
Minhas meiguices e matracas,
despedido do chinelo,
avesso a voz do tempo,
quando não rezo por nenhuma cartilha,
e fico numa esquina qualquer
esperando alguém que não vem.
As mãos asseadas pelo desuso matrimonial,
por isso, não enxergo um palmo além do alcance,
o tempo vai passando sem mim,
e procuro não arriscar um movimento sem ter razão.
Vejo as pessoas em suas direções,
queria ser abalroado por uma desnorteada
que olhasse o caminho que sigo só,
talvez, me programasse alguma felicidade
ainda desconhecida para mim.
Sou o perdido dum vazio,
numa noite cheia que não brinca de nada,
parece que desta vez o poeta não é doce e nem salgado,
mas, tramita por entre a própria escrita,
respingando um amor que não aflora
para a vida de outra vida.
Mas, segue...