O Caixão é uma Vaidade Explorada

Não importa tua beleza, o mundo é um deserto

Morra com os olhos sufocados com ouro

Não importa tua certeza, você é um ditado

Aceite que prega para corvos e vermes

Meu perfume de insistência se esconde

Minha boca cumplice abriga o silêncio

Meu corpo trêmulo abriga a exaustão

Mas interpreta o fútil jogo da expectativa

Eu sou a casa da intenção vulgar:

Teus filhos me chamam de pai

Tuas filhas me chamam de bordel

Teu pai me chama de excesso

O ódio nos governa, o amor sucumbe

A comunhão tão espremida

Era só um nome sem juízo ou significado

Somos o rosto da avareza

O teu sangue molda o metal

Os teus olhos moldam a moeda

Os teus dentes moldam o corte da carne

O teu estômago molda sínteses

Não importa beijar os anéis

Se nos traímos entre reis e amantes

Mastigando álibis para fins de decoração

Vestindo preto para evitar o batom e branco para lebres

A ferida recém inaugurada

Banha na solução vinagre-gengibre

O sangue que hipnotiza-se

Dançando a perfeição dos atos

Deus, carrega-me embaixo dos teus cílios

Pois temo as batinas-fardas

Que arrastam cadáveres e crianças

Feito um espetáculo tardio

Pierrot Ruivo
Enviado por Pierrot Ruivo em 29/10/2021
Código do texto: T7374455
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