FEBRIL

O show é longo e a vida é curta

E o ator se apresenta no palco descalço

A morte sempre em cena em teu encalço

Em uma cena em que a vida esta morta

O mistério que bate em tua porta

Com vestes e alegorias de um palhaço

Traz o segredo seguro por teu braço

Passos retos a seguirem em linha torta

Desnuda esta a verdade por trás de uma mentira

Incansavelmente trabalha para vencer o cansaço

Arrepende-se e se prende para fugir ao laço

Que se prende ao olhar fugidio de quem a ti mira

Abraça e beija aquele a quem em si atira

Sôfrego sofre sobre e sob o mormaço

Da fome zomba tirando-lhe um pedaço

Posto que quando calmo é que explode tua ira

E o gelo que a brasa abrasa e atiça

Sabendo de ti que isto é um descompasso

O destino assim descortinado par e passo

Sangra o sangue das veias da vã cobiça

Leilson Leão
Enviado por Leilson Leão em 14/11/2007
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