FEBRIL
O show é longo e a vida é curta
E o ator se apresenta no palco descalço
A morte sempre em cena em teu encalço
Em uma cena em que a vida esta morta
O mistério que bate em tua porta
Com vestes e alegorias de um palhaço
Traz o segredo seguro por teu braço
Passos retos a seguirem em linha torta
Desnuda esta a verdade por trás de uma mentira
Incansavelmente trabalha para vencer o cansaço
Arrepende-se e se prende para fugir ao laço
Que se prende ao olhar fugidio de quem a ti mira
Abraça e beija aquele a quem em si atira
Sôfrego sofre sobre e sob o mormaço
Da fome zomba tirando-lhe um pedaço
Posto que quando calmo é que explode tua ira
E o gelo que a brasa abrasa e atiça
Sabendo de ti que isto é um descompasso
O destino assim descortinado par e passo
Sangra o sangue das veias da vã cobiça