Paranóia
Minha voz lentamente se torna mais uma poesia
Como um ruído de fundo que mal conseguem ouvi-lo.
E quanto mais eu digo, menos me escutam
virei uma melodia que ofuscou qualquer senso de sabedoria.
Quanto mais eu derramo meu coração, menos tenho a oferecer
o revestimento de ouro começa a desbotar para revelar seu único cobre.
A resistência é fútil e a existência é assim.
Não existe nenhuma luz em meia a escuridão
para dar uma nova esperança
uma felicidade em abundância
o sofrimento se dissolvendo
e o fim desses pensamentos
que me consomem igual porcos famintos.
Grito minha dor mas para quê?
me diga, eu só queria saber
o por que de ninguém estar me ouvindo.
Sinto-me que estou mudo
não consigo descrever a dor
então cheguei mais perto e a abracei
parece que estou sucumbindo à ela
a morte tem uma aparência bela
acompanhada de dois padres
que foram enforcados em público
pois perderam a fé
eles eram minha esperança, porém agora não existem mais.
mas para mim, há algo
tão diferente...
que chega a ser novo
mas reconhecido
uma escuridão que habita
uma dor que não facilita.
A paz que não vem
a tristeza que está além
o aconchego no sangue quente
e o meu falso sorriso transparente
como uma criação divina dos deuses
vou te amar aonde quer que tu estejas
com o tempo farei morada na morte...
mas quem me dera...
que sorte!
Todos os dias eu sangro poesias
um novo verso é escrito quando sinto dor
eu me sinto um rato, o lixo da sociedade
eu sei que não passo de
um grão de areia em meio o cosmos.
— Jackson Campos