PESADELO

(Sócrates Di Lima)

Faço de tudo um pouco na vida,

inclusive viver.

Mas quando eu busco a noite

Nas esquinas da minha vida,

Descubro que o dia passou

Nós ecos dos meus gritos.

Sinto o sal arder na minha boca

Vinda dos lábios as Lágrimas

Por conta do amor perdido

Que tanto minha sufoca.

E como uma arma na mão

de um bandido louco,

Apontada entre os olhos

dos meus sonhos

Um cano frio na agulha

de um peito ferido

Sente o projétil arder

Ao penetrar meu cérebro.

Um grito mudo ecoa

na minha alma fúnebre,

Sentindo o fogo da dor

de um amor perdido.

Que faz tombar ao chão

O corpo inerte e frio,

Como um peixe morto

jogado de uma ponte.

E o vento me arrasta

sobre a água turva

Entre as pedras e Barrancos vivos

Sigo sem rumo nas ondas

que se dobram.

E quando cai no precipício

em correnteza

Tento levantar-me

agarrando ao nada

Mas o corpo mórbido

segue o remanso

Imóvel e enxarcado

pelas lágrimas do amor querido.

Mas ao chegar na curva

da queda bruta,

Olhando o precipício

de um pesadelo

O corpo se contorce

numa cama quente

Abrindo em desespero os olhos,

assustados

Acordando de um sonho louco.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 16/09/2021
Reeditado em 18/09/2021
Código do texto: T7343925
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.