CORPOS DESCONHECIDOS
Perder o juízo parece algo
próximo da nossa realidade,
distante de alguma liberdade,
resguardada na memória de álbuns.
Existir parece-me tão utópico
nessa mentira noturna da vida,
que se criou com o lógico
a cada pequena página lida.
Estar lúcido é o maior inferno
presente nos corpos desse país
construído à base do incerto,
certeiro ceifeiro da força motriz.
São tempos sombrios ululantes
retroativos de águas passadas
presentes na adefagia gritante
das mãos vazias desarmadas.
Se a maior das armas existisse,
algumas das minuciosas lições
permitiria o desabrochar desse fetiche
sádico, pelos irremediáveis caixões.