Eu me pinto de verde.
É agora, agorinha...
Sem querer,
também é demais para mim,
não sou o capaz do momento,
mas, fico pincelando o corpo,
às vezes a tela quer ir embora
porque sabe que eu posso desistir.
O meu auto retrato
Está cheio de falhas no rosto,
uma das orelhas ainda incomoda,
o nariz já acabei,
mas, ao olhar nos olhos
não vejo a profundidade do que busco.
Resolvi então encontrar outras formas
para entender o entendido
que não se completa,
e que parece querer me desafiar,
por isso, estou todo torto.
Tive uma grande ideia,
autografei com letras garrafais
em cima da imagem,
para mim, foi uma saída estratégica,
pois, não sou pintor
e nem artista plástico,
mas, sou, simplesmente um poeta.
Condor Azul.