OLHAR OPACO
OLHAR OPACO
Em pequenos espaços escuros e por grades divididos
Estão seres com cérebros tolos, pobres e acanhados.
Mantidos em esqueléticos corpos da vida alijados,
Como se eles fossem daTerra, ferozes bandidos.
Nos seus rostos pálidos a dor vê-se estampada
Em fundas cicatrizes que só lhes ferem a alma.
E ainda assim, com um olhar de aparente calma,
Olham para o azul do céu, mas não lobrigam nada.
Se em ínfimo instante se libertam do
mutismo profundo,
E os seu lábios se mexem como um esgar de dor,
Estão a pedir a Deus comiseração e um pouco de amor,
Apesar de serem considerados párias deste cruel mundo.
Mesmo nesse estado de desconfortante monofobia,
Eles ainda têm por Deus um indelével
respeito.
Por crerem que o que Ele faz sempre é benfeito,
Esperam que o novo amanhã lhes traga um melhor dia.
Bira Galego.