SEGUNDAS INTENÇÕES
Sei do teu olhar que me despe inteira,
sem poder disfarçar que se alucina.
Sei das intenções, de pupilas dilatadas
sempre em meu corpo grudadas,
querendo aprisionar-me na retina.
Sei do desejo que te fulmina
a alma, que em corpo pede calma,
mas, ao contrário, acende–se feito chama
ardente, num indecente crepitar de labaredas
que lambem sedentas, com teu desejo.
Sei do teu beijo que chama minha boca
e sem mesuras polidas arranca ardor num
apertar colado de língua de menino.
Sei da distância que impede a cena,
afasta o cheiro, pesa o desejo
que já é ferida em dor, num desatino......