TEM POESIA.

Existe um portão muito alto

na entrada do mundo

nada ainda conseguiu abri-lo

todas as estratégias

não surtiram efeito.

Num dia estranho

não sei a época

a cor de nuvens espessas

ninguém podia alertar

mas, alguém fazia barulho.

Parados sem histórias

as mesmas tristezas

parte a parte desejos distraídos

sobra de corpos despidos

na impenetrável ode singular.

O poeta cresce em todos os sentidos

não tem uma bíblia própria

a tua alma é o amanha

e a sua quimera efêmera

acha o tempo exato.

Dormiu aleijado

acordou curado

do outro lado

sem saber, sorriu,

e olhou para trás do portão fechado.

Condor Azul.