Meios sem fins

Nunca poderei ser demais sincero

Eles nunca vão querer.

Uma parte de mim vai direto ao cemitério

Sem nunca os ares da consciência conhecer.

Todos um dia foram originais e destemidos

Gritaram a quem podesse ouvi-lo

Os desejos que escondiam no vão

Das fibras escuras e magras do coração.

Todavia não é de originalidade

Que se faz o normal, quiçá uma nação.

Às vezes a carapuça nem nos serve

Mas nos a colocam tanto, que acaba laceando.

Esses dias acordei com o diabo

Esse me comeu todas as amarras.

Não deu outra e fui aos palanques e as praças

Esbravejei o que era e o que não era.

Não deu outra dos hospícios e hospitais

Decorei todas as brancas salas.

André M Carneiro
Enviado por André M Carneiro em 10/04/2021
Reeditado em 10/04/2021
Código do texto: T7228418
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