Lapso de idílio meu!

Eu tenho um olho

que vê a meia noite

e outro ao meio dia,

dois ângulos diferentes

tentando achar o mesmo sentido,

como num canto ou numa esquina

de uma visão reta, mas angulosa,

por onde a sinopse de um pensamento

encontra a simetria de saída

para se desvencilhar

de um circuito circunflexo,

quando num louco raio

de sol ou de lua,

a parte inversa de fora da cabeça

se depara com algo cego

ou supostamente inocente,

ao ponto de capacitar

a realidade através da quimera,

descobrindo que tudo transmuta

no tempo sem tempo de um tempo

completamente indeterminado.

Essa concepção desoculta redes,

talvez programadas por fatos

independentes do querer,

surtindo o efeito da loucura

na face frontal do agente

que é envolvido pelo poder

de ver aos pés dos detalhes,

coisas que parecem ser poesias.

Condor Azul.