ODEIE
Mas odeie mesmo
Odeie até à extremidade
Vá com tudo nesse seu ódio
Acelere fundo
Se for preciso arranque os freios
Vá sem parar
Chegue até ao infinito
Onde não há como chegar.
O mundo não merece seu perdão
Não dê ouvidos a quem
Esteve sempre surdo à sua opinião.
Sem alternativas
Você cedeu ao jogo
Você saiu derrotado(a)
Sem estar a par da jogada
Nenhuma regra você soube
De antemão. Portanto, odeie.
Alguém lhe deu motivos
E não só motivos
Mas motivos bastantes.
Esprema o seu ódio
Para que não sobre gota de rancor
Acabe tudo, despeje a sua fúria
A quem não fez diferente.
Não ouça moralistas
Sem nenhum pingo de moral
A moral não existe, se existe
Toda ela é aparente
É um artifício para dominar
Ingénuos e inocentes.