NESSA NOITE...
LEMBREI-ME DO SONHO ROXO,
UM TURBANTE DE PRATA
E SAPATOS DE FLORES DE ALGODÃO.
AINDA INDEFINIDO NO GRIS,
COM OS GLOBOS OCULARES AMENDOADOS
NUMA PISTA ESCARLATE GOIABA
QUE SEM QUERER VIR VEIO,
AO TOM DA LUZ DE CANDEEIRO
QUE DUMA NOITE MÓRBIDA
E DE UM SILÊNCIO PROFUNDO GRITANTE
COMO UMA SIRENE AO FUNDO,
CONSTANTE DE DOR NÃO SENTIDA
ONDE FAZIA DESSA LOUCA VIAJE
MAIS UM ENIGMA DE ESTRELA,
RARAMENTE ELUCIDADO
NA ÓRBITA ESFÉRICA E SINISTRA,
PELO ATRITO DE ENTRADA NA ATMOSFERA
QUANDO NO CIRCULAR DE ROTATÓRIAS
SEM TER A COMPREENSÃO DO ESPAÇO
EM QUE ASSIM ACONTECE
TAL VISITA ILUSÓRIA,
COMANDADA PELA METAMORFOSE
NA ALMA DO POETA
ENLOUQUECIDO PARA VIVER
COISAS NOVAS.
CONDOR AZUL.