Como um Van Gogh
Hoje nada valho
Apenas um pobre louco
A pintar seus Girassóis sob o céu azul
(Que, para mim, tem sempre nuvens escuras)
Talvez algum dia
Quando não for nada mais que pó
Depois de, sozinho
Em algum sanatório
Com um tiro no peito
Fizer o que já deveria ter feito,
Talvez, séculos depois
Achem-me algum valor...
Nos meus escritos,
Numa maneira de expressar, talvez
Uma dor que não cabe no peito
Por isso ele tem que explodir
Para que a dor
Entre sangue e Morte
Possa, livre, sair...
Querido Vincent
Nunca granjearia tua admiração
Pois não sou digno de tua grandeza
Sou apenas aquele que deseja
No silêncio de uma noite escura
Por um ponto final em toda essa loucura...