Poema Bipolar

Um poema transtornado

Afetivamente bipolar

Às vezes maníaco,

Outras deprimido

Mas poema...

Seria eu um santo? Há um halo sobre minha cabeça...

Haloperidol.

Ou estaria psicótico?

E cá estou, meio ácido, perdido na minha agressividade...Valpróico. Prosaico...

Perdendo e ganhando a cada dia,

Fluoxetina.

A vida flui,

Flui o que se tinha, flui o que se perdeu...

Lítio. Li... Leio, ainda. Li, em algum lugar,

Que Freud teria dito que " (...) no futuro

a química resolveria tudo (...)"...

E em outro lugar, não lembro,

Ser tudo placebo, e a crença a cura...

Se "o poeta é um fingidor

Que finge não ser sua

A dor que deveras sente" (seria isso?)

Quisera eu, demente, fingir não ser tudo verdade...

Mas se confessei os nomes, os crimes,

Ainda não cheguei na dose certa

Onde a mente se equilibra

E a incógnita que somos desperta...

(Estou enlouquecendo à velocidade do pensamento...)

Porto Alegre, junho de 2007. Poema inaugural do meu blog DOMINUS VOBISCUM (https://dominusvobiscumpfes.blogspot.com/)

Sergio Vinicius Ricciardi
Enviado por Sergio Vinicius Ricciardi em 16/12/2020
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