Poema Bipolar
Um poema transtornado
Afetivamente bipolar
Às vezes maníaco,
Outras deprimido
Mas poema...
Seria eu um santo? Há um halo sobre minha cabeça...
Haloperidol.
Ou estaria psicótico?
E cá estou, meio ácido, perdido na minha agressividade...Valpróico. Prosaico...
Perdendo e ganhando a cada dia,
Fluoxetina.
A vida flui,
Flui o que se tinha, flui o que se perdeu...
Lítio. Li... Leio, ainda. Li, em algum lugar,
Que Freud teria dito que " (...) no futuro
a química resolveria tudo (...)"...
E em outro lugar, não lembro,
Ser tudo placebo, e a crença a cura...
Se "o poeta é um fingidor
Que finge não ser sua
A dor que deveras sente" (seria isso?)
Quisera eu, demente, fingir não ser tudo verdade...
Mas se confessei os nomes, os crimes,
Ainda não cheguei na dose certa
Onde a mente se equilibra
E a incógnita que somos desperta...
(Estou enlouquecendo à velocidade do pensamento...)
Porto Alegre, junho de 2007. Poema inaugural do meu blog DOMINUS VOBISCUM (https://dominusvobiscumpfes.blogspot.com/)