LOUCO
(Sócrates Di Lima)
Louco por gostar um coração proibido...
Que faz o prazer se misturar á carne que treme...
Quando de tesão se faz estremecido,
E aos gritos o pensamento e o corpo geme....
Louco como Ícaro na sua vontade atômica,
Que em asas de cera quis atravessar o Sol...
Como Dom Quixote na sua paixão platônica,
Corro ventos e moinhos em cada arrebol.
Louco eu sou...
Carrego nas minhas vontades sonhos e ilusões,
Viajo na mente e buscar eu vou,
As razões profundas das minhas emoções.
Louco....
Que de tanto querer,
Encho o meu peito de sufoco...
Que até parece que vou morrer!
Mas, assim mesmo, eu me perdoo...
Porque vivo e pra viver amando, eu perco o juízo....
Em amar....e de amor jamais enjoo,
Porque amar sempre será preciso.
Louco por não saber ainda, quem eu amo...
Nem onde está este amor prometido...
Nem se pode me amar tanto assim, mas, eu clamo...
Sob chuvas, sóis, luares em cada dia amanhecido.
E assim, me faço louco com causa...
Posto que razões de amar grito até ficar rouco..
Em ecos profundos de vozes sem pausa,
Certificando que por amor sempre serei um louco.
Não há psiquiatra nem alopatia...
Capaz de curar minha loucura...
Dela não preciso, nem quero, todavia....
Prefiro assim, do que a solidão da frescura.
Mesmo que ninguém me ouça assim,
Nem me encontre no mundo em que vivo...
Continuarei gritando o amor dentro de mim,
Porque não quero que pensem que apenas sobrevivo.