HOMENS DO VENTO

Talvez eu seja para sempre Don Quixote

Brigando com o moinho de vento

Um romântico cego

Que enxerga sempre na ponta do nariz seu lamento

Do real não tem nem as cédulas

Vive pobre e esnobado

Entrega poemas enamorado

E não enxerga das amadas a destreza

Já vislumbrou os grandes

Homero, Dostoievski, Cervantes

Mas não tem na ponta da pena

O gênio feliz para copia-los

Maldita seja mente filha do ópio

Que cambalea de pernas tortas pela vida

Não viu os braços que te empurram

Não ouviu as vozes que lhe alertaram

Não viu nem de relance o carro

Que a atropelou