MARCAS DE AMOR

Autora: Regilene Rodrigues Neves

Quero teu gosto...

Teu cheiro...

Teu sabor...

Tua pele incontida na minha...

Teu suor impregnado

De sentir meu desejo

Nossos beijos

Numa necessidade do prazer

Enfim quero-te

Para que a volúpia do meu corpo

Sacie-se e a fêmea se renda...

Como mulher

Quero provocar os frêmitos da tua agonia

Mordiscar teu desejo

Assim:

Deslizando...Roçando...

Cedendo...Querendo...Despindo...

Indo e vindo

Invadindo a noite

Rompendo o silêncio

Agonizando em gemidos atrevidos

Em pronuncias nuas

De um momento de amor!

Quero as entranhas

Em mistura de sexo ardente

Para que fecundem os amantes

A poesia

E o poeta conceba em ato

Êxtase profano e intimo

Assim ele procria

Estende o imensurável universo

Do corpo e da alma

Entregue aos pudores do vicio

Que gritam em essências

Fragrâncias pairam no tempo

Em convulsão dos sentidos

Que se aninham em colo

Delírios desarraigados

Em frascos exalam...

A noite é sedenta...

O ópio fugaz

Derrama em seios ávidos

Lânguidos tremores

Os ritmos se aceleram

Em entrega inevitável

Envolvo-me em ti

Entrelaçada nesse prazer

Que me apetece estar contigo

Em momentos únicos

E roubados...

Quero-te em vôos infinitos

Em liberdades afins

Evidencias e transparências

Pulsar incessante

Fome de amor...

De amar...

Estar

Alcançar

Gozar

Sentir dentro de ti o meu frêmito

Molhar

Em consumação...

Lá fora transeuntes

Acorda a noite...

Vem cantarolando a manhã

Descendo sorridente a ladeira

O sol onipotente despede-se da noite

As marcas dos nossos abraços

Ainda me aquecem...

Nos lençóis

O branco do cetim

Marcado de amor

O botão de rosa vermelha deixado

Acentua a paixão!

O encontro marcado

Passa num filme de lembranças...

Sobras de recordações

De amantes

Em ato de amor!

Criada em 28/11/2004