Paranoia IV

Como eu vim parar aqui?

Em pé do parapeito do edifício

O vento cortante balança meu corpo

Para trás e para frente,

Como um joão-bobo.

Enquanto fixamente

Olho para o chão de concreto.

Parem de gritar e não me olhem assim,

Pressiono as mãos sobre os ouvidos

Tentando calar as vozes,

Fecho de medo os olhos,

Pois não quero ver a morte.

Mas minha mente é fraca e vulnerável

E isso é perturbador,

Não sei quanto mais posso aguentar

Antes do meu corpo

Despencar em queda livre.

Diogo Carmona
Enviado por Diogo Carmona em 18/11/2020
Código do texto: T7114819
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