És meu refúgio
És meu refúgio
Mente obcecada
De olhos cegos
E expressão paralisada
Olhos que não enxergam
A realidade
Olhos que discordam
De minha superfluidade.
És meu refúgio
Garoto insano
Meu monopólio
Dentro de meu mundo tirano.
Que ignora minha agonia
Minha loucura perturbadora
Que encara meu ser
Com uma esperança promissora.
És meu refúgio
Digno de regalias
És meu erro
Que eu nunca acertaria.
És a perfeição
Que não merece esse sentimento
Mas, sim, o despreze.
És meu refúgio
Minha armação
Meu lucro
Sua condenação.
És tudo o que não mereço
Mas não dou fim
A esse apreço.
Nota: esse poema foi escrito aos meus 15 anos em forma de resposta ao "Poema dos Olhos da Amada" de Vinicius de Moraes.