Aliteral
Não me cabe hoje nenhuma poesia,
Marchinha, cantiga ou frase amiga
Não tenho agora nenhum amigo filósofo,
Antropólogo, ou de qualquer influência.
Retiro a mente para canto soturno no qual nunca estive
As paredes aqui são unidas o bastante para não deixar
passar nada
Qualquer preocupação, ou dúvida cai nessa teia
e nunca mais sai.
Estou no vácuo, não o desesperador, nem o triste
Não se parece com o inferno niilista
Nem com o paraíso dos artistas
.
.
.
É o acolá que não se aponta
E o segundo que não existe.
Não vi aqui nenhuma alma amiga que possa trair
Namoradas, ou almas inimigas que me queiram fazer sair.
Apenas um assento
E um telão para o celestial.
Um lar como nunca tive,
Sem sufoco para o pulmão
Sem batimentos para o coração
Apenas isso aí, justo isso
Só isso que agora compartilhamos.