Loucura e Descanso


 
Hoje eu queria o antídoto das dores humanas, insanas, animalescas,
queria só sorrisos e as fugas loucas,
nas estradas ocas, abafadas nos ecos dos limites humanos, ensandecidos,
vestimentas as quais muitos seres usam obrigatoriamente sem sua permissão,
louca é a intromissão dessas dores malditas,
que grita na alma, que nada acalma,
que leva a insensatez dos delírios impostos nos caminhos
tortos que jamais ninguém quer pisar.
Hoje eu queria subir além montanha,
navegar além-mar,
encontrar algo que me faça pousar na sensatez,
que me tire do olhar da loucura que dói;
que minha procura pela vida em paz
não seja esse preço tenaz remendado nos traços
bordados da força que recebo, mesmo não tendo em mim,
que eu não fique tateando uma cura nessa penumbra,
nessa escura caminhada em meio ao belo,
vejo flores mesmo em dores, mas é cansativo,
é o mesmo que manter a chama acesa em vento rude,
já fiz o que pude, minha alma está cansada,
sei que tenho um DEUS que me acode,
a Ele me joguei, me jogo,
já não vou lutar mais por mim, se esse não for meu fim,
é Ele, dEle, o desejo da vida latente que surge,
só dEle, porque eu cansei...
só quero agora tentar respirar em seu colo Pai,
aqui findo a luta de todo movimento dos meus ais,
porque tudo meu está entregue ao Senhor;
igual passarinho, seu colo, meu ninho,
quietinha, espero sua resposta,
mas permita eu ficar assim, de mansinho,
mesmo louca por dentro, em dores,
na sua presença, diminui tanto tormento,
por ora, Pai, quero meu descanso,
mesmo que não cesse meu pranto,
me deixe assim, é tudo que preciso nesse instante,
daqui por diante, seu colo, meu ninho,
eu passarinho... nada mais,
voar... ao seu eterno, menos na minha loucura,
já voei tanto em sua procura,
hoje quero no seu ninho descansar...
meu descanso passarinho, meu choro, seu consolo,
somente na sua presença, deixa eu descansar.




Muito obrigrada mestre Jacó Fiho, pela linda e profunda interação:



LOUCURA E RAZÃO

///Tentei acompanhar mas deu tontura,/Inda senti formigar o meu coronário./Ouvi vozes de estrelas nos berçários,/E deu medo dos sintomas de loucura...///Pois no volume das caixas cranianas,/Quando o homem possui miolo mole,/Não pensa, sua massa é que se bole./Gerando ideias, mas de forma insana...///O mesmo cheiro que sai do Abdômen,/Contamina o menor dos pensamentos,/E por indução reflete comportamentos.///Numa hora poeta e noutra lobisomem,/Loucura e razão se dão em casamento,/E Sol e lua brindam no acontecimento...///(Reedição)

Amei seu poema e ainda mais a foto do pardal no ninho... Parabéns! E que Deus nos abençoe e nos ilumine... Sempre... Jacó Filho



Teônia Soares
Enviado por Teônia Soares em 27/10/2020
Reeditado em 18/11/2020
Código do texto: T7097824
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