Olhos de Vidro

Como se erguia e se contorcia,

olhos de vidro. Está tudo

guardado numa velha caixa

de papelão, em forma de coração.

Me traga de volta a emoção,

mesmo a de um coração partido.

Diante deles era só mais um,

falsas testemunhas, almas

dilatadas diante do sol.

“Trate a queimadura dela!”

Andy não sabia brincar,

ela não sabia, mas só ela entendia.

Vapores quentes no rosto

eu presumo, sinto o cheiro

dos ovos fritos pela manhã.

Parecia que e a chover

sobre nuvens de algodão,

o cabelo de Andy estava

molhado, brincava

sobre a chuva.

Eu sempre aparava as suas

asas logo pela manhã,

quanto ela me visitava

sobre a luz do Sol. As

vezes antes do pôr do Sol

a tarde no começo da primavera.

Olhos de vidro sobrepostos,

nunca me sentir tão só

quando com os outros.

Velhas recordações que me

soa como memorias repentinas.

Escrevo uma carta de papel

amarelado, visões do amanhã.

Registro o que eles julgavam

hoje, os dias ainda seguem frios.

Concerte o despertador para que

possamos dormir.

Ele dizia que se sentia

velho e sujo.

“No fim do túnel a sempre

uma luz, uma saída.

Desperte minha alma,

como amantes de alma.”

Foi o que ele disse antes

de desaparecer.

Havia dois olhos de vidro

sobre a mesa de madeira.