O Louco

Quando eu era uma criança

Ternamente observava

Homens loucos pelas estradas

Irresoluto, abraçava meus bonecos

Curioso, me indagava

O quão barulhentas eram suas cabeças

O quanto a solidão deve doer

E como seus gritos se comportariam no eco

Hoje, cresci

Ando pelas ruas

Passo pelos robôs

Anseio por conexão

Eu choro com o que vejo na televisão

Vou caminhar e sento-me na relva

Beijo as nuvens

Vejo os pássaros

Me encanto e me desato

Na esperança que alguma criança não me taxe como

Louco