O parvo e louco
O parvo que paga sem reclamar,
Neste hábito que é de bradar.
O parvo que assiste sem refilar,
Á degradação de quem deixou de o amar.
O louco que na sua loucura,
Procura respeito e ternura.
O louco que no seu desespero,
Procura uma fruta e um pero.
Os dois percorrem Alfama, qual sede qual fama,
Os dois percorrem a cidade, qual medo qual idade.
Os dois sonham com a mudança no fundo do copo de 3,
Os dois mantém a esperança, de estar vivos no final de mais um mês.
José Pina , 16 julho 2020, campelos, portugal