Tormento
 

Sigo calada e teu olhar me segue

E em meu silêncio se planta a noite escura

Um lumiar de estrelas me persegue

E um sepulcral vazio me tortura

 

Na insanidade o sonho se fez vã poeira

E em minha dor a alma cavalgou em desnorte

Rodopiando absorta em vendavais de areia

Girando no escuro pra enganar a morte

 

Em meu desejo planto em mim uma saudade

E o vão que me recobre faz-se amarga aurora

Queria que não fosse, enfim, triste verdade

 

Que o que me cega o peito e o sono apavora

É o que afasta de mim a doce insanidade

E me mantenho viva enquanto me devora.


(1993 - Parauapebas/PA)

Gaby Faval
Enviado por Gaby Faval em 08/07/2020
Reeditado em 17/01/2022
Código do texto: T6999886
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