Cuidado, é sexta-feira.
Cuidado! É sexta-feira.
Havia olhares. Olhares que não tinham cores.
Mas ele trabalhava. Trabalhava.
Nem carnaval. Nenhum feriado.
Mas a sexta feira sim. Era esperada...
No café da manhã a esperança.
Esperança de deixar o suor e soltar-se na poesia da noite.
O dia passava; a vigilância também.
Eram olhares encomendados.
O almoço esquecido. O suor aumentado.
Pressa para voar. Voar como os pássaros.
Só com a brisa. Sem suor.
Olhar e viver a vida de todos os ângulos.
Pelo fio que entrelaçam os satélites ouviu a sua cara metade.
Ela também esperava ansiosa. Sexta-feira – o dia especial.
Nos fios de toda a cidade os olhos dos fios de satélite.
Havia um cerco. Nem notavam.
De mãos dadas mergulharam no Oceano da sexta-feira.
Alegria, frenesi e festa. Velocidade...
Cercados e encurralados. Não perceberam.
Acordaram no tumulo dentro do cemitério.