SONOTERAPIA

O dessabor que rola solto

Rola solto por aqui também

Ele é do mesmo gosto dos ventos em meu rosto

Imerso no mesmo vai e vem

Calce o tênis para frases sem fim

Rosto imerso no altar do jardim

Todo mal em minha boca é um vício de linguagem

Todo bem

Monossílabos de votos de silêncio

Todos beijos não devem ser só ternura

Todo joelho ralado

É porque o skate voou alto

Três esferas, batem o martelo

Adeus montanhas

É a mesma Cinderela

Adeus Dióscuros que discorrem contra o fugitivo

E quem dá bola pra ele?

Vagam devagar por ser sideral

Lâmina e dor

Para traz ficou o Sol

Por ser legítimo o sonhador

Que morre toda noite

Assassinato em pequena série

A baixa estatura da árvore

O doce do milho verde

Vem e brinda algo surreal e cruel

Sonhar só estando acordado

Dormir só estando morto

(e suas muitas formas de socorro)

É o crime que me leva da vigília pro sono

Colocar um deus de joelhos

pro dia nascer feliz

é meu martirólogo

Leonardo Daniel

20-01-2015

Camuflagem