ININTELIGÍVEL
A corda sempre arrebenta
onde a gente faz força
e a tocha se desmancha
antes que suba o balão.
Digo sem querer dizer
que a língua me faz falta
quando falo no idioma
que os lábios professam.
Todavia, sobre aquela via
havia uma ponte
que o rio tragou
num pileque homérico.
Agora, o capim toma conta
e invade a cidade
com ares de melado
que o boi babou.
Porventura não serei eu
o carrasco ou a vítima
nem cometerei suicídio
para fugir do mundo.
Meu plano é ficar
e ser um super star
ou, quem sabe, um czar
fazendo um piquenique.
Abraçar, beijar,
sentir o tato do amor
e olhar nos teus olhos
sem ver tua cor.
Louco, louco, louco...
um cara doido,
um ser humano
típico maluco, insano.
Não, não viajei no dirigível
nem explodi tremendo;
permaneci ininteligível
e acabei escrevendo.