O amor, o túmido príncipe dos loucos
Ora, que o amor existe até Bart
(o cachorro que um AVC fez Homer
abandoná-lo em Tortuga), sabe.
Quem poderia fazer a mulher abandonar o homem
que a veste de Dolce & Gabbana a Yves Saint Laurent
e a leva do Fasano à noite de Natal em Gramado
e de Bariloche à Nova Iorque – com direito
a algumas diárias entre Madri, Roma e Ilhas Maurício
– por uma vida miserável num cafofo em Tortuga
(com Bart por companhia vespertina)
enquanto o maridão defende o pirão
e implora por aumento numa metalúrgica falida
senão o amor, túmido príncipe dos loucos?
Minha irmã, raso poço de sensibilidade,
diria: o que esperaria da mula sobre duas patas?
Eu, fundo poço de sensatez, digo: loucura
com achaques de esquizofrenia.