A DISTÂNCIA
A DISTÂNCIA
Descontentes em outono
Aguardam o inverno
De céus límpidos
E lápides frias
Amedrontados pelo invisível
Prendem-se em interiores
Com ares que entram por frestas
Apenas respira-se não há toque
As máscaras sobre máscaras anunciam
Que o porvir jogará ao chão
Um corpo por vez
Multiplicado por vezes
E na primavera faltarão flores
Para engalanar sepulturas
De mortes anunciadas
Sem acompanhamentos
Em adeus a distância
Que é logo ali ou aqui
E acolá