O sentimento toma a palavra

Como um cogumelo brotei por entre as rachaduras desse corpo surrado.

De uma hora para outra nasci, sem mais e nem menos.

Como um raio cai sobre essa existência estagnada.

Que frio fazia...

O corpo estava congelado e trêmulo.

A ponta do nariz estava fria como um seixo de rio.

O véu da noite ainda cobria o céu.

Pontos de luz se espalhavam em sua abóboda interminávelmente bela.

As primeiras horas do dia são as mais silenciosas.

A calmaria celeste me preencheu.

Entorpecido pela beleza deste mundo dou meus primeiros passos e caminho por essa estrada.

Vagando com uma total ausência de razão.

Afinal não há finalidade alguma pra arrazoar isso ou aquilo, antes que o sol rasgue com seus raios a tão calma noite de silêncio e aqueça o meu tão pobre corpo

Abner Bicalho
Enviado por Abner Bicalho em 25/04/2020
Código do texto: T6927889
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