O sentimento toma a palavra
Como um cogumelo brotei por entre as rachaduras desse corpo surrado.
De uma hora para outra nasci, sem mais e nem menos.
Como um raio cai sobre essa existência estagnada.
Que frio fazia...
O corpo estava congelado e trêmulo.
A ponta do nariz estava fria como um seixo de rio.
O véu da noite ainda cobria o céu.
Pontos de luz se espalhavam em sua abóboda interminávelmente bela.
As primeiras horas do dia são as mais silenciosas.
A calmaria celeste me preencheu.
Entorpecido pela beleza deste mundo dou meus primeiros passos e caminho por essa estrada.
Vagando com uma total ausência de razão.
Afinal não há finalidade alguma pra arrazoar isso ou aquilo, antes que o sol rasgue com seus raios a tão calma noite de silêncio e aqueça o meu tão pobre corpo