Multidão
Odeio multidão
Não sei explicar esse sentimento
Só sei que sinto.
Considero a multidão
Muito caótica e transitória
Muito vazia e sem nenhuma história
Odeio muito a multidão
Muitas vozes, nenhum sentido
Corações perdidos, risos altos
Sem compasso, sem laço algum
Multidões praticam um ufanismo
Patético e sem sentido
Muitas vezes me aprisiono no meu mundo
Com medo de me transformar
Em alguém patética, aleatória em transitividade caótica.
Essa minha ótica me faz mergulhar
Em profundas ondas de solidão
Das quais não me afogo
Mas, na menor poça de multidão
Afundo, em um ódio profundo.
Multidão não é o meu mundo
Multidão não me faz um ser profundo
E nunca fez ninguém.