ANJOS CAÍDOS
Allan Poe sangrava em palavras
Palavras amargas com gosto de fel
Lord Byron bebia da taça
Sorvendo a loucura como fosse hidromel
Mary Shelley seguia o caminho
Escrevendo espinhos que furavam papel
Igualmente, com sangue nos dedos,
Aumentava o perigo T. Coleridge, Samuel.
Iam juntos, como anjos caídos
Sujando a mente de quem era infiel
E.T.A. Hoffmann, Christian Heinrich
Ludwig Tieck e Hawthorne, Nathaniel
Bram Stoker contava mentiras
Levando as massas mais longe do céu
Enquanto Daphne du Maurier
Envenenava a leitura, sutil e cruel
C. Baudelaire vomitava,
Em ânsia maldita, versos de Motel
J.B. d’Aurevilly e Verlaine
Profanavam a verdade tal puta em bordel
Crescia a horda dos mortos
Com Arthur Rimbaud: torre de Babel
Pois John Polidori e os Vampiros
Sugavam a alma do leitor sem broquel