ANJOS CAÍDOS

Allan Poe sangrava em palavras

Palavras amargas com gosto de fel

Lord Byron bebia da taça

Sorvendo a loucura como fosse hidromel

Mary Shelley seguia o caminho

Escrevendo espinhos que furavam papel

Igualmente, com sangue nos dedos,

Aumentava o perigo T. Coleridge, Samuel.

Iam juntos, como anjos caídos

Sujando a mente de quem era infiel

E.T.A. Hoffmann, Christian Heinrich

Ludwig Tieck e Hawthorne, Nathaniel

Bram Stoker contava mentiras

Levando as massas mais longe do céu

Enquanto Daphne du Maurier

Envenenava a leitura, sutil e cruel

C. Baudelaire vomitava,

Em ânsia maldita, versos de Motel

J.B. d’Aurevilly e Verlaine

Profanavam a verdade tal puta em bordel

Crescia a horda dos mortos

Com Arthur Rimbaud: torre de Babel

Pois John Polidori e os Vampiros

Sugavam a alma do leitor sem broquel

Tartari
Enviado por Tartari em 22/02/2020
Código do texto: T6871900
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