Ventos á espreita
Acordando hoje me deparei com letras quebradas
Desconexas até invertidas
Deparei-me com um amontoado de nada
Onde foram parar minhas letras de ontem?
O vento as levou? Será?
Analiso... Procuro... Afundo-me
Naquele monte de pedaços rasgados
A juntar letra por letra
Pedaço por pedaço
A fim de iniciar o contexto
Que muito antes já foi pretexto
Para quem me olhava com desdém
Daqui apenas olho o mundo difuso
Contuso, cheio de seus abusos
Sangue... Nada demais
Contratempos adquiridos juntando os pedaços
Isso não aconteceria se as janelas estivessem fechadas
Ah! Não. O vento outra vez
E mais pedaços se vão perdidos pela sala
Qual o problema hoje com o tempo?
Parece brincar
Fazendo-me correr pela sala
Não querendo me deixar juntar tudo
Variantes... Não estou disposta a descobrir
Isso tem que acabar
Tenho que cuidar das minhas letras
Isso termina aqui e agora
Fique do lado de fora
A se agitar de ciúmes
Ops! Esqueci-me do sangue
Ah! Isso é controlável
Um curativo dá jeito
Ainda tenho trabalho a fazer
Juntar...
O que me foi espalhado pelo vento