IMPOSSIBLE

Vem agora e sussurra em meu ouvido que não és mais,

A mesma que um dia, despida de todo pudor, me amou!

Jurastes que nunca mentirias, repete o que sempre falou,

Entre beijos e carícias... Agora dizes, não te amei jamais?!

Não! Mil vezes, vezes mil, não quero crer na tua palavra...

Afastai as até dos meus pensamentos, nem quero imaginar!

Na angustia que perpassa pelo meu coração já a sangrar...

Como sulcos que ficam na terra quando o homem a lavra.

Querida, não retalhes tanto assim este meu triste e pobre ser,

Que na contemplação de teu semblante meigo, doce e belo...

Não quer sentir a dor cruel do rasgar, quebrar, do desvanecer!

Olhávamos para o céu e as mãos dadas erguidas, grande elo,

Que nos prendia, não só um ao outro, mas, gritamos, a Deus!

Impossível! Ouvir, amor de minha alma, os pensamentos teus.

Aqui, hoje, 15.02.2012