Cavaleiro das Trevas - Corvo em Epifania
Nasci do ódio,
Eu sou morte,
Eu sou arauto,
Eu sou norte,
Eu sou respaldo.
Carrego espadas mais pesadas que lamentações,
Filho do Senhor das sanções,
Executor das divinas ações,
O algoz das respirações.
No meu âmago,
O amargo,
Sou tão cristalino,
Que de tua transparência,
Sou essência.
O cristal que tu me envolve,
Não vê tristeza,
Não há sentimento que me comove,
Devendo sangrar para ter certeza.
Minha armadura negra,
Perversa com todos os meus silêncios,
Cada ferro de tua destra,
Deixando aos convênios,
Desnudo-me pois me diz minha cor,
O que compõe a arte da minha dor,
Dondé que chamusca esse ardor,
Quem me nega viúvo amor.
Do vinho embebedo e torpe me acudo,
A Irá me comove nesse mundo obscuro,
Minhas mil lamúrias de desespero,
Me transformou no executor com esmero.
Trinco cada dente bestialmente,
Pela força do controle da mente,
A espada desembainhada,
Totalmente ensanguentada,
Mas como verdadeiro pacifista "el sangre és mio!
Oh Dio!!
Me corrói,
Me dói,
Me destrói,
A paisagem restante só me tenho no Sol Negro,
Meu maior titã grego,
Egrégio senhor que não me dá descanso,
Fazendo do teu veneno o sonho manso.
Aos meus olhos avelã só sobra escuridão,
Alimentando meu cinismo,
Cada grito é pedido de perdão,
Verdadeiro nascido do Abismo.
A quem me dera o brilho do luar,
Parar de sentir o coração apertar,
Só preciso do sentimento trivial ao meu ser,
Que fala minha alma parar de doer.
Por mais que minh'alma seja tão asca,
Tudo é apenas casca,
Minha égide do mundo traiçoeiro,
Transformado de vítima a carcereiro.
Ponho minha vida por um nó,
Me faço do pó ao pó,
Lembrando de esquecer,
Esquecendo para lembrar,
Uma vida só,
Que uma vida só.