PARANOIA

Perdoa-me, creio-me ser paranoico.

Veja, o tempo me persegue,

Todas horas passam, ele passa

E não consigo ser heroico.

Meu amor, que o diabo me carregue,

Mas antes disso, me abraça !

Sim, acho que vivo uma paranoia

E o tempo, o tempo insiste em correr

E não consigo ver acontecer;

Quando vejo, escurece a claraboia !

O tempo me persegue, me arrasta.

O vai vem das ondas ecoa-me aos ouvidos.

Acontece que o que sou não deveria ter sido.

Cansei-me até de dizer que basta !

Acho que sou mesmo um paranoico,

Espécie de minotauro dos tempos minoicos.

Decerto sou mesmo devorado pela paranoia

E não haja nada mesmo nada que minore-a.

O tempo persegue-me e vai passando

E a paranoia vem de quando em quando.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 16/09/2019
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