Sumo
Torce o pano, a manga, o papel e o pensar,
Espreme o suco das palavras bem devagar;
O inverno secou a fruta, e água dos gomos,
Foi pra outro lugar, então não bebo, como...
Tentando me alimentar da inspiração seca,
Que fugiu desse meu pensar, e a alma peca;
Por não querer ajudar; e na direção que vai,
Leva todos os meus ais; aí a coisa não sai...
A rima é automática, e pensa logo no bem,
Vai bem longe daqui, sem ele não fica, vem;
Acompanha essa loucura, aquieta essa fala,
Que não aguento mais carregar essa mala...
Cheia de saudade, da lembrança só de você,
Arruma essa bagunça, traz jus temperança;
Que não mais vou querer saber os porquês...
Pois, no raso já sei, o que sempre quis saber.