Sob a tutela do desejo que te ofereço

A quem tem asas em seu sorriso.

Livre de minhas prisões, sou quem mereço,

Sob a tutela do desejo que te ofereço,

Olhando tua pele, com apreço,

Só desejo cheirar o perfume de teus pelos,

Por eles e neles, sei que tudo começa,

De tuas roupas, as peças,

Todas elas retiradas como quem reza,

Uma a uma sendo exploradas,

À base de beijos, sendo tiradas,

Sob a tutela do desejo que te ofereço.

Como quero sentir tua pele.

Desejo que me escorre a língua,

Dos cabelos até tua nuca linda,

Passear sem pressa em tuas esquinas,

Laborar freneticamente em teus cheiros,

Saborear-me demoradamente em teu mel,

Abocanhar-te, saborear-te na arte de teus gritos,

Até que estejas trêmula, sem sentidos,

Sob a tutela do desejo que te ofereço.

Sou apenas um andarilho,

Andante que jamais deixa lisuras,

Só as que teimam em lembranças nuas,

Das que fazem sorrir sutilmente,

Por tudo que se vem à mente,

Do olhar que explora o desejo silencioso,

Daquilo que nunca se diz abertamente,

Mas que se deseja intensamente,

Em cada momento sublime,

No jogo de teus lindos cabelos,

Tuas pernas que tanto quero beijar,

Dos pelos que desejo puxar,

Dos vários sentidos que desejo explorar,

Minha língua deseja viajar,

Sob a tutela do desejo que te ofereço.

Apenas as horas me são testemunha,

De como o tesão se esconde sob minhas unhas,

De cada silêncio que grita por desejos,

Já que tudo começa num beijo,

E segue firme os vários latejos,

Relampeando o tanto que se deseja,

Eu confesso que me torno tua presa,

Sob o perfume suave de tua pele,

Sou teu servo, me peça o que quiseres,

Sob a tutela do desejo que te ofereço.

Em um relance, numa cama, um dia, eu peço,

Sentir, a fundo, teus desejos como quem lê um terço,

Como quem segue o manual de teus segredos,

Leio em braile o que se escorre em teus anseios,

Passo os lábios no gosto de teu néctar,

Pois é nele que encontro o endereço,

Eu me dispo de todo meu apreço,

Sob a tutela de desejo que te ofereço.

Sentindo-te inteira e sem pudores,

Na liberdade do tesão, dos gemidos, das dores,

Garantindo-te o segredo do silêncio das flores,

De um, ou dois ou três, em festas, sem recatos,

Na lembrança eterna de que o desejo é inato,

De que tudo, no fim, é igual ao começo,

Do tesão, do carinho, do respeito, ao apreço

De que vale, repetirmos tudo, sem respeitos,

Sob a tutela do desejo que te ofereço.

Vem e afirma, firma o que tu queres,

O desejo que tem tantas mulheres,

Liberdade, sem pudores, ofereço,

No silêncio do jardim de baco, te prometo,

Te amarrar, deixar-te inerte, te explorar,

Sem pressa alguma, saborear,

O mel, o néctar, os pelos, em meus dedos, entrelaçar,

Até sentir, sem pena, teus gemidos, ouvir-te sussurrar,

Que intensamente, queres,

Chegar ao ápice repetido,

Em minha boca, eu suplico,

Dá-me de beber e beberei,

Tudo que tu quiseres eu farei,

Sob a tutela do desejo que te ofereço.

Sentir tua boca, esmero,

Ouvindo teu pulso entre as penas,

Na ponta de minha língua, a tua liberdade,

De cada silêncio que grita por teus desejos,

Livre de minhas prisões, sou quem mereço,

Desejo silencioso que são teus, sem receios,

Quem sabe desejes o mesmo que eu desejo,

Então guie-me, me indique o caminho,

Saberei seguir teus instintos,

Sob a tutela do desejo que te ofereço.

Carlos Maciel CJMaciel
Enviado por Carlos Maciel CJMaciel em 26/07/2019
Reeditado em 26/07/2019
Código do texto: T6705208
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