MEU MUNDO

Desafino o violoncelo,
Gasto os meus pés nos chinelos.

Meu olhar capta - rapta o flagelo,
No embaçado do amarelo.

Digito a dor no cerebelo,
Desconecto o traço do paralelo.

Ser “Macunaíma”, eu anelo,
Filho da carne de Grande Otelo.

O sabor da loucura; revelo,
É doce como caramelo.

Sinto-me como um flabelo,
A rodopiar nas mãos sem elo.

Contra mim mesmo; rebelo,
Sou terra seca sob o rastelo.

No entanto; meu mundo é belo,
E por que não dizer; singelo?

              ... Nele habita a poesia.