Cru
Da crueza das entranhas
Emergem palavras não polidas
Que ferem alguns e a outros encantam
E é com o coração rasgado
Que me deparo diante dessa antítese
Para uns é mel o fel da existência
E para outros é fel esse mesmo mel
Com o coração rasgado vivo
Respiro amor, ódio e luxúria
Enquanto as avessas reparo meus erros
Deixando acertos tolos dominarem
Os erros que são o que de melhor tenho
É macio o paralelepípedo que me deito
É dura a mão amiga que me toca
Se meu coração sufoca
Aqueço a loucura dentro da mente
Para que de repente ela tome
Tome meu ser por inteiro
Sem deixar uma gota sequer de escárnio
Para as sinceras traições dos que amo