Louco de amor!

Ahnim adnil...
Ahnim aninem, onde andarás?
Lá no hospício ninguém sabia,
Qual língua aquele homem falava.
Adarip ahnim adnil ...Continuava,
Repetia, tantas vezes que doía,
Os ouvidos de quem por ali passava.
Uns achavam ser Tupi-Guarani,
Alguns médicos antigos tentavam entendê-lo em Latim,
E o homem não parava...
Assim foi o dia inteiro, do primeiro até o último instante quando dormia, ainda sim, murmúrios se ouviam,
Adnil aninem ed saiog, ahnim adama!
Adama ahnim...
Como o homem insistia, e ninguém podia ajudá-lo,
Resolveu então o diretor do manicômio,
Gravar tudo que o homem dizia,
Procurou um amigo poliglota-psiquiatra,
Precisava ajudar aquele homem aflito,
Só Deus sabia do conflito que lhe atormentava.
No outro dia, volta o diretor ao amigo,
E vai logo perguntando,
Que língua é essa que esse homem fala?
Com um brando sorriso e batendo-lhe as costas;
O poliglota diz: É a língua mágica do Roma.(Amor)
E onde se fala isso?
Na Itália?
Em todos os lugares, mas só podem entender,
Os que sofrem de feridas abertas, que sangram noite e dia.
Ouça com a profundidade d’alma, senti o som doído,
De quem sofre de dor de partida, ou por um amor proibido.
E a gravação colocada em tom alto, na sala gritava...
Adama ahnim... Ahnim adama.
Como pode você não conhecer? É a língua dos loucos,
Os loucos de amor!
Muitas vezes, o sofrimento é tanto...
Que transmitem seus sentimentos,
Em cérebros ponta cabeça.
E a voz continuava...
Ahnim ariol adnil !


































Paulo Cesar Coelho
Enviado por Paulo Cesar Coelho em 03/11/2005
Reeditado em 19/02/2006
Código do texto: T66888
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