O canto da cigarra

Mania tal de fazer analogias,

Fê-la louca.

Louca, louca, louca!

O canto da cigarra que de pensar,

Lhe estremecia,

Agora ouvia.

Louca, louca, louca!

O canto fê-la acordar um dia,

Fê-la desconfiar de si,

Contar os dias,

E acabar-se por eles.

Louca, louca, louca!

Ouvia!

O canto da cigarra que lhe estremecia,

Partia da mente ao corpo... Paria!

Fê-la contar mais dias,

Enlouquecia.

E o canto da cigarra que tanto ouvia,

Logo lhe não estremecia,

Se era noite ou dia,

Já não sabia,

Por fim, só enlouquecia.

Carolina Maria Souza
Enviado por Carolina Maria Souza em 02/07/2019
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