O canto da cigarra
Mania tal de fazer analogias,
Fê-la louca.
Louca, louca, louca!
O canto da cigarra que de pensar,
Lhe estremecia,
Agora ouvia.
Louca, louca, louca!
O canto fê-la acordar um dia,
Fê-la desconfiar de si,
Contar os dias,
E acabar-se por eles.
Louca, louca, louca!
Ouvia!
O canto da cigarra que lhe estremecia,
Partia da mente ao corpo... Paria!
Fê-la contar mais dias,
Enlouquecia.
E o canto da cigarra que tanto ouvia,
Logo lhe não estremecia,
Se era noite ou dia,
Já não sabia,
Por fim, só enlouquecia.