Os ditos "malditos"
Oh poetas de franzida fronte
de anos de trabalho insano
Ora insolentes por natureza
ou carismáticos por excelência
no ardor da tirania que transgride
Ou amáveis anarquistas
aos arautos da rebeldia
na palavra dura que incita à ira
Silenciados e ignorados
à dor que desespera
Quebrantados d’alma
à doença insidiosa
Vidas avessas e atormentadas
Póstumos eleitos
de obras colossais
Monstros que flertam com a morte
Anjos revoltosos
Renegados, da obscura lápide
ao panteão dos heroicos bardos
Malditos para sempre!
Poema incluído no livro A passagem dos cometas, pág. 58, lançado em 2013.
Edir Araujo
Poeta e escritor independente. Autor dos livros: A passagem dos cometas, Risos e lágrimas, Boneca de pano, Fulana (inédito) e muitos poemas, microcontos, crônicas, artigos, etc. publicados na web "ad aethernum".