PONTOS CARDEAIS
Tem dias que queria
Não existir
Ou queria apenas sorrir
Que queria beber até cair
Ou voar sem partir.
Tem dias mornos
Dessa vida subnutrida
que queria apenas um abraço
ou laço que não desate.
Há tantos dias
Que queria apenas folia
Ou muita ousadia
Mais luz pro dia a dia
Que apenas chovia e não reluzia.
Ah dias infinitos entre gritos
Impropérios do metafísico
Desse eu-esquisito em esguicho e relincho
Que andarilha atrás de uma pseudo ilha
Para sentir-se habitado e solitário
Para ser dual, azimutal, ápice do irreal.