Cão de latrina
Nos rastros dos próprios desejos,
Marcas da insígnia de um covarde coração.
Sobre quatro patas, de um só preceito:
Dos defeitos, nunca se pede perdão.
Sobrevive das migalhas do amor
Que lhe jogam pelas latrinas da cidade.
Servo leal da coleira vontade,
Não para, um minuto, de fareja-las.
Aconchega-se no asfalto pútrido
Com resquícios de longínqua integridade.
Encolher-se-á perante o gelo
Procurando aconchego
Nas frias noites de lobo solitário.
Quando vier tristes céus,
ou tarde de presunçosos sóis!
Faz o que é preciso!
Protege-se nos tetos de narciso,
Mas nunca faça de lá, sua morada.
Mesmo abatido, continua sua marcha.
Mesmo com sede de esperança, continua sua
fria
muda
andança.
As morais dos mais confortáveis lares
Por pouco tempo são agradáveis
Paixão do guerreiro de verdade
Não encosta em qualquer beira...